No teatro, além de continuar colaborando com o Oficina (Usina-usona) de José Celso
Martinez Correa e Marcelo Drummond, fazendo canções para a montagem de “Os Sertões”,
como já foi dito, Péricles fez em 2002 as canções para a montagem-adaptação que o grupo
“Os Satyros” fez do “Pranto de Maria Parda”, do grande escritor português quinhentista
Gil Vicente.
2004 foi o ano de lançamento de “Blues 55”, CD em que Péricles reuniu, pela primeira vez
na história do disco, pela menos no Brasil, duas produções diferentes e inéditas.
A primeira chamada simplesmente “Blues”, com canções num formato mais “acústico” e
apresentadas de uma maneira mais convencional, com violão, trompete e piano elétrico.
A segunda, chamada “55”, de sua preferência, mais experimental e eletrônica, em que ele
rompe com o maneira de produzir música mais freqüente da conhecida “MPB”, se
identificando com modos mais contemporâneos, utilizados tanto
pela música chamada “erudita”, como por correntes pop, como o Hip Hop e as fusões dele
decorrentes.
No 55, Péricles tratou, na elaboração de cada faixa, de unificar os processos de
gravação, composição, arranjos, execução de instrumentos e canto, tornando-os igualmente
potentes na definição da identidade e acabamento de cada
faixa, tendo como conseqüência, ainda, a expansão da própria noção do que seja uma faixa
de disco (duração, gênero e desenvolvimento) e da idéia do que seja uma canção, prática
que Péricles desenvolve, como já notamos,
desde o seu primeiro disco.
No mesmo ano (e em 2005), um show correspondente a esse disco, com um formato mais
próximo da parte “55”. foi realizado em São Paulo, Rio e Porto Alegre.
Em agosto de 2004, Péricles participou do show de comemoração dos 70 anos do compositor,
pianista, arranjador e cantor João Donato, em São Paulo (Sesc Vila Mariana) ao lado do
próprio e de Marcelo D2 e Wanda Sá. /p>
Entre 2005 e 2006, fez a produção musical de “Lanny, duos”, disco do legendário
guitarrista Lanny Gordin com a participação de convidados tais que Adriana Calcanhoto,
Fernanda Takai, Gal Costa, Vanessa da Matta, Aanaldo Antunes, Caetano Veloso, Chico
César, Edgard Scandurra, Gilberto Gil, Jards Macalé, Junior Barreto, Rodrigo Amarante e
Zeca Baleiro. Este CD teve lançamento em 2007.
Ainda em 2006, Péricles participou, como produtor musical, compositor e instrumentista,
do novo disco de “Aguilar e Banda Performática”, também lançado em 2007.
Em outubro do mesmo ano, pela primeira vez, fez uma apresentação solo (voz e violão) em
Brasília dentro do projeto Pauta Funarte.
2007 é também o ano de lançamento do CD “Péricles, o rei da cultura”, em abril, e do
início da turnê, em maio, do show correspondente.
Em 2007, além dos show de lançamento do disco “O rei da cultura” , em São Paulo, no sesc
Santana (com a participação especial de Adriana Calcanhotto) e no “Grazie a Dio” e no
Rio de Janeiro (no Centro Cultural cCarioca), Péricles
se apresentou, em novembro, pela primeira vez, acompanhado apenas pelo seu violão, em
Buenos Aires, Argentina, no Notorious Jazz Club.
Em 2008 e 2009, teve seqüência a turnê de “O rei da cultura com shows nas “Viradas
Culturais” paulistana (na capital) e paulista (em São José dos Campos), em Americana,
Porto Alegre e, de novo, em São Paulo (nos Sescs Vila
Mariana e Consolação) e, ainda, na “Semana da canção de São Luis do Paraitinga”.
Vale ressaltar, também, sua participação, ao lado de Leila Pinheiro, acompanhados pela
orquestra do maestro Roberto Sion, no projeto “Trilhando” do sesc Pompéia, em novembro
de 2009, na edição que homenageou o cineasta Walter
Lima Junior, em que Péricles pôde interpretar um repertório (escolhido pelo diretor) que
incluiu algumas canções que tiveram influência formativa no seu trabalho, como “Este seu
olhar” e “Só em teus braços”, de Tom Jobim
e “S’ Wonderfull”, dos irmãos George e Ira Gershwin.